quinta-feira, 7 de junho de 2007

A PROBLEMÁTICA DA SEGURANÇA PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO III: Polícia de fuzil: um erro no Rio de Janeiro.

RASCUNHO - texto não corrigido.

No Rio de Janeiro é comum nós vermos policiais carregando consigo um FUZIL. Praticamente todos os policiais carregam um, excetuando somente o motorista. Eles também carregam uma arma na cintura, a PISTOLA, porém quase não utilizam (salvo em interesse próprio), pois acham que não é a arma ideal para ser utilizada contra os crminosos do Rio. Discordo deles, sendo certo que um FUZIL não é, e jamais será, a principal arma policial.

A violência urbana que instaurrou-se no Estado do Rio, principalmente na região metropolitana, é fato, contudo atingiu proporções tão grandes que hoje você se priva de diversas coisas (como ter um bom automóvel, andar pela rua, sair para se divertir, etc.) para não ser mais uma vítima da violência.

Os agentes de Segurança Pública que combatem diretamente esta violência (principalmente soldados da PM - um ABSURDO, pois não devemos ter soldados como agentes de Segurança Pública, como já demostrado em artigo anteriormente publicado), utilizam do FUZIL como o melhor remédio, pois como eles vão utilizar uma arma de menor calibre se os "traficantes" possuem FUZIS? Infelizmente não só esses homens pensam errado como os seus superiores que os autorizam a carregar tal armamento.

O FUZIL é uma arma feita para a guerra, para ser a arma principal mais potente que um soldado (das Forças Armadas) possa carregar, obtendo assim o maior poder de fogo pessoal possível. O FUZIL Imbel ParaFAL, desenvolvido para ser uma arma de extrema potência, mas com tamanho reduzido para ser utilizado por paraquedistas (das Forças Armadas), é o FUZIL "padrão" dos PMs do Rio na luta diária contra a criminalidade. Porém sabe-se que tal arma dispara munição com um alcance útil (alcance de extrema precisão e força) de 600 metros (!), ou mais ou menos seis quarteirões! Contudo, seu alcance total beira os 1.800 metros! Isso significa que essa arma pode matar uma pessoa a mais de 18 quarteirões de distância!

Na guerra, ao atirar contra o inimigo, o soldado, em regra, não se preocupa com o que está além do inimigo, pois as pessoas que lá se encontram são também inimigos. Já numa ação dentro de uma cidade contra criminosos, as pessoas que estão além do criminoso são crianças e homens que não estão comentendo crime algum, pelo contrário, pagam impostos para que o governo pague policiais que os defendam. Pois, ao atirar contra um marginal em uma favela, há possivelmete atras da parede em que se espreita o marginal uma família em pânico.

Assim, incosequentemente, o policial, ao atirar com uma arma dessa potência, pode MATAR uma pessoa que se encontre dormindo em sua cama atras de uma parede, ou a mais de 1 Km de distância!

Aí eu me pergunto: num conflito com marginais em uma favela do Rio (o que ocorre diariamente) o policial confronta-se com bandidos a mais de 1 km de distância? NÃO. As distâncias de combate com marginais armados em 90% dos casos ocorrem entre 15 e 50 metros, ainda mais nas favelas do Rio, onde o alcance visual na passa dos 30 metros na maioria dos casos. Tanto é que ultimamente as mais modernas forças de combate urbano tem desenvolvido armas especiais para esse cenário. Nesse contexto, temos como exemplo a "Corner Shot" israelense. Armamento desenvolvido para o combate urbano que é literalmente uma arma para se atirar em esquinas, ou seja, é um tipo de corpo de uma arma longa, porém com uma PISTOLA acoplada na extemidade (que é móvel para os lados). A mira é feita por uma câmera na extremidade com um respectivo visor no corpo principal.


Como podemos ver, a arma utilizada nesse sistema é uma PISTOLA, pois com um alcance útil de 50 metros e seu pequeno tamanho e pouco peso, esta torna-se a arma ideal para combate em ambientes apertados, com pouco alcance visual e com terreno irregular (este não seria o ambiente de uma favela?), e ainda assim, seu efeito colateral é quase nulo, tendo em vista que a munição disparada por uma PISTOLA (por uma pessoa treinada) tem poucas chances de atravassar um indivíduo e menos ainda de atravessar uma parede e atingir fatalmente duas pessoas em sequência (o que pode facilmente ocorrer com uma munição disparada de um FUZIL). Ainda mais, com um alcance total de cerca de 150 metros, ela dificilmente mataria uma pessoa nessa distância.

Eu não digo em momento algum que o FUZIL deva ser abolido do armamento policial, pelo contrário, é um armamento essencial. O que critico é a forma como ele é utilizado, ou seja, como armamento primário da Polícia, o que não é e nunca foi. A PISTOLA é sim o armamento primário de um policial. O FUZIL deve ser utilizado na Polícia somente por unidades especializadas, como, por exemplo, unidades de atiradores de elite que utilizam tal arma com miras telescópicas para, após localizados em locais altos, dar suporte aos policiais em suas ações, ou por unidades de contra-guerrilha rural, que aí sim há um confroto em campo aberto, com maiores distâncias e sem a presença de uma concentração populacional.

O que ocorre no Rio é a falta e o mau treinamento dados aos policiais, pois, enquanto para ser soldado, reservista, das forças armadas o indivíduo leva no mínimo 10 meses de treinamento, para ser policial no Rio o indivíduo leva, às vezes, 6 meses de treinamento, quando não leva 3 meses de treinamento (como é o caso de turma de formando de policiais com nomes bem sugestivos de "pipoca", "miojo", etc) e se forma para ser utilizado como se fosse um soldado de infantaria (e não como um policial).

Assim, quando bem treinado, um policial com uma PISTOLA, passa a ser melhor sucedido em um ambiente urbano do que um policial armado com um FUZIL (que é um perigo) e no caso de conflitos com um alcance um pouco superior o da PISTOLA o armamento a ser utilizado deve ser uma CARABINA com utiliza o mesmo tipo de munição que as pistolas, como, por exemplo, o modelo brasileiro Taurus CT .40, que possui um alcance útil de 150 metros, mas sem a desnecessária extrema potência de um disparo de um FUZIL.


Contudo, Infelizmente os criminosos já estam saíndo de seus claustrofóbicos e humilhantes becos (que o poder público deixa a populaçào pobre e ignorante construir ingenuamente) e indo em grandes bandos com os seus FUZIS cometer crimes em áreas mais abertas, sendo claro que neste caso um policial com sua PISTOLA não conseguiria cambate-los; porém neste caso não deve pensar os governantes que a fórmula para combater este mal é armar a Polícia com FUZIS; a fórmula é convocar as Forças Armadas, pois já não é mais caso de Polícia, mas sim de segurança nacional.

Por fim, vale ressaltar que alguma atitude deve ser tomada urgentemente para adequar tal uso, pois senão iremos continuar assistindo pessoas morrerem a mais de 2 km de uma área de conflito por balas "perdidas".

PRÓXIMO CAPÍTULO: O papel das Forças Armadas.

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